Thursday, August 30, 2007

Coluna de Goreti Freire



O PERIGO DAS MENSAGENS POLITICAMENTE
CORRECTAS


Todos sabemos que hoje a humildade, a veracidade, o amor, a fidelidade, o bom testemunho, o carácter, a integridade, a seriedade, os bons costumes e todos os outros atributos de um cristão (seguidor de Cristo) tendem a ser ultrapassados. Infelizmente, a diferença entre crentes e incrédulos é quase nula.
Irmãos creiam-me! Nós vivemos dias difíceis.
Os homens, mesmo muitos daqueles que se dizem cristãos, têm vivido de acordo com os desejos dos seus corações e não querem saber de Deus. E “por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes, cheios de toda a injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores, caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais, insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia.” (Romanos 28:31)
Os ímpios sabem porque vivem assim e o seu castigo está preparado: “ Fará (o Senhor) chover sobre os perversos brasas de fogo e enxofre, e vento abrasador será a parte do seu cálice” (Salmo11:6), mas o grande problema está em acomodarmos em nossas igrejas homens com essa predisposição para o pecado e vermos que os nossos líderes continuam impávidos e serenos.
Muitos líderes espirituais deixaram de lado a repreensão, o propósito para o qual foram chamados (o ensino da Palavra) e dedicam-se à tarefa de satisfazer os desejos e caprichos dos crentes ou a não “incomodar” os mesmos e a se pouparem dos constrangimentos. O mal deixou de ser reprovado, pelo que os líderes se tornam coniventes com o pecado da igreja ou de muitos de seus membros, transmitindo, cada vez menos credibilidade aos que se professam cristãos.
Meu querido, não foi chamado para passar a mão na cabeça dos membros da igreja. Incorre-se à pena de condenar a sua alma e a igreja toda, caso não venha outro que corrija a tua falta de convicção, firmeza e disposição para ensinar ao povo, insistir, repreender e ser também um exemplo de vida para os teus liderados.
Não há ninguém que queira ouvir que está enganado, que está desviado, que anda em pecado. E quem se arrisca a apontar para o pecado corre sérios riscos. Foi o que aconteceu a João Baptista: “Porque Herodes, havendo prendido e atado a João, o metera no cárcere, por causa de Herodias, a mulher de Filipe, seu irmão; pois João lhe dizia: Não te é lícito possuí-la…deu ordens e decapitou a João no cárcere.” (Mateus 14:3-10). Mesmo assim, é o dever de cada um de nós chamar à razão aquele que está em falta. Não são palavras minhas, são ordens do próprio SENHOR DA IGREJA (Mateus 18: 15-17).
O maior perigo não é ser decapitado, mas está em trazer mensagens que agradem aos ouvintes, mensagens politicamente correctas. O SENHOR fica de fora quando começamos a tentar agradar ou evitamos desagradar à igreja. Quando ELE fica de fora já não há mais igreja, mas clube.
O servo é aquele que faz exactamente o que manda o Senhor. Se a mensagem for dura, ele tem que a entregar tal qual ela é. A minha oração tem sido que Deus afaste todos os que não são Dele do seu ministério porque o povo precisa de ouvir, não o que vai de encontro ao seu coração, mas segundo a necessidade que vem do coração de Deus (o que pode mudar o rumo da sua vida) porque “os que se afastam de ti, eis que perecem; tu destróis todos os que são infiéis para contigo” (salmo 73:27).
Além das mensagens com pretensão de resguardar a susceptibilidade, falta ao povo o hábito de buscar a Deus, a repreensão franca (Provérbios 27:5), o ensino e estudo da Palavra.
Ao sacerdote infiel, o Senhor adverte nas sagradas letras: “o meu povo está sendo destruído, porque lhe falta o conhecimento. Porque tu, sacerdote, rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei dos teus filhos.” (Oséias 4:6)
Ouvimos hoje com tanta frequência nas pregações “ li num livro…” ou ”segundo fulano de tal”… As mensagens pregadas nas nossas igrejas devem vir directamente do coração de Deus (sem querer menosprezar os livros, porque sou uma grande apreciadora). Voltemos às Sagradas Letras!!!
A cada dia que vou à casa do Senhor tenho uma grande expectativa em saber o que vem da parte de Deus. Não interessa a língua que vai ser usada nem a capacidade intelectual de quem a leva, mas O PODER DE DEUS. E ao contrário do que pensamos, há gente em nossas igrejas com discernimento para entender a procedência da mensagem (Se de Deus ou não). E a tendência hoje é para os pastores pregarem mensagens que não entrem em choque com a vida dos que a ouvem.
Contudo, o ensino é o dever do Sacerdote: “porque os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento, e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque ele é mensageiro do Senhor dos Exércitos. Mas vós vos tendes desviado do caminho e, por vossa instrução, tendes feito tropeçar a muitos…” (Malaquias 2:7-8).
A fidelidade na pregação do evangelho é uma das grandes responsabilidades do sacerdote: “importa que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus. Ora, além disso, o que se requer dos despenseiros é que cada um deles seja encontrado fiel.” (I Coríntios 4:1-2).
Chegamos ao cúmulo de não pregar e ensinar sobre o inferno, idolatria, adultério, impureza, morte, a volta de Jesus porque são mensagens muito “pesadas”. Eu pergunto para quê ir à igreja se não há espaço para buscar a cura, a reconciliação, preparar a vinda do Senhor? A Palavra diz “Bem-aventurados aqueles que lêem e aqueles que ouvem as palavras da profecia e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo”. (Apocalipse 1:3)
O povo precisa aprender mais e ser desperto para uma vida PLENA na presença de Deus, pois “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo”. (Hebreus 10:31) e “O Senhor é tardio em irar-se, mas grande em poder e jamais inocenta o culpado…” (Naum 1:3).



Que Deus nos abençoe e continue a usar de misericórdia para connosco.

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Respondendo aos insistentes pedidos de antigos leitores do Epistolaonline, eis que anuncio o seu regresso. Na estrada, para a gloria de Deus.