Plebeus, reis e
presidentes, reconhecem a estatura do homem, cuja vida atravessou gerações.
Madiba, deixou um
legado, cujo facho precisa continuar aceso, e repassado às próximas gerações.
Mas a vida de
Mandela, nos planos pessoal e familiar, inserida num contexto racista dos mais
brutais da humanidade, encerra dramas e conflitos, que poderiam tê-lo feito
soçobrar ou levá-lo a desenvolver o pior dos ódios, projectando sua vida para o
desfiar permanente de um rosário de fel e dor.
Na ficha do
guerreiro constam; vinte e sete anos de reclusão atroz, dos quais dezoito
isolado em Robben Island, privado da esposa, dos filhos, dos amigos, afligido
na carne por moléstias, marcado com o desmoronar de dois matrimónios, o
desaparecimento prematuro de três filhos, mal compreendido e algumas vezes
perante o tribunal e na eminência de pena de morte.
Apesar das
contradições, Nelson Mandela, manteve a serenidade, a compostura e o
equilíbrio, que caracteriza todo aquele que veio para cumprir uma missão
divina. Em 2006, num documentário da MSNBC, Mandela falou sobre a morte:
“Gostaria que se dissesse, aqui jaz um homem que fez o seu dever na terra” – é
tudo.
Hoje, Mandela
emerge como o pacifista que impediu um banho de sangue na sua África do Sul, fazendo
uma transição sem vingança, unindo a nação e lançando as bases para um futuro
condigno para todo o povo. Ele permaneceu fiel ao dever e conduziu exemplarmente
o seu povo.
Nelson Mandela, sabiamente
incorporou os princípios que recebeu na igreja metodista, onde foi batizado e
ensinado. E que contributo, quando a fé Cristã é assumida e vivida de forma
séria!
Caros companheiros
nas lides ministeriais, se aceitarmos a graça que o calvário outorga, somos
libertos dos condicionalismo transitórios desta vida, e projectados como elos
de benção para nosso povo e geração.
Se Nelson
Mandela, tivesse abrigado o ódio, estaria de certeza coberto pelo pó do
anonimato, e seu povo teria trilhado um caminho bem sinuoso, para alcançar a
sua emancipação racial. A Bíblia diz que o justo terá herança, parte e memória
eternas.
Nesta altura do
ano, convém uma introspeção, sobre o que no dia a dia estamos a construir, para
fazer do povo de Cabo Verde, um povo santo de Deus, instruído para toda a boa
obra.
Qual é o legado espiritual,
comunitário e familiar que estamos deixando?
As casas, os
estudos, as posições e condecorações esfumar-se-ão no tempo, permanecendo apenas
o legado da paz e da concórdia que deixarmos, por termos vivido vidas devotadas
a Deus e ao próximo.
Que apesar das contradições da
existência, continuemos serenos e confiantes na missão que o Senhor nos
confiou: pastorear com inteligência e sabedoria o rebanho do Sumo Pastor. E cremos
que nenhuma das Suas promessas caíram em saco roto, “depois de muitos dias
recolheremos os frutos”.
Por: Rev. David Araújo
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