O Rev. Noel Alves, pioneiro da
obra nazarena em França, é, a todos os títulos, qual Paulo dos nossos dias, um
homem de Deus.
Há 8 anos, precisamente no dia 06
de maio de 2008, este Pastor, formado em Belas Artes, fazia parte dos 106
passageiros que viajavam a bordo do navio Musteru, no trajeto Praia-Fogo-Brava.
Devido ao mau tempo, a carga fez
o navio adornar, acabando por naufragar perto de Porto Mosquito, em Santiago. O
Pastor Noel, para além de ter ajudado na evacuação dos passageiros, mostrou-se
tranquilo e, tal como o capitão, foi um dos últimos a abandonar a embarcação. É dele também o único registo fotográfico (ver álbum) da tragédia. Com toda a calma, e sem tremer, registou, em fotos, todos
os momentos do infortúnio.
A vida deste grande homem de Deus
faz-nos lembrar de Paulo. É claro que ele nunca esteve preso (será?) por causa
do evangelho, mas as suas viagens ao Senegal, França e, anos depois, o retorno
a sua terra natal, fazem dele um protótipo de Paulo. Em terra firme e com os
seus próprios recursos, adquiriu um todo o terreno, tendas, gerador e afins
para fazer exatamente aquilo que o apostolo aos gentios fazia, segundo o que
está plasmado na Bíblia: “Porque, se anuncio o evangelho, não tenho de que me gloriar,
pois me é imposta essa obrigação; e ai de mim, se não anunciar o evangelho!” I Coríntios 9:16
Aquando da erupção vulcânica na
ilha do Fogo, que começou a 24 de novembro de 2014, um domingo, este
Pastor-viajante carregou o seu veiculo de quase tudo e deslocou-se ao palco das
tormentas. Chegou ainda a tempo de ajudar na evacuação dos bens das gentes de Txan.
Este seu acto de amor e coragem fica registado, não só na memoria daquela
senhora a beira da estrada a clamar por ajuda, (o Sr. Noel a ajudou) mas na de
todos que entendem que o amor, mais do que ser pregado de um púlpito, deve,
acima de tudo, ser praticado. Neste quesito, o Pastor Noel é um exemplo vivo. Um
dia, quando as pessoas que ajudaram na erupção de 2014 forem homenageadas, se este
homem de Deus não estiver na linha da frente, constituirá uma injustiça de lesa
Pátria.
Se alguém for ao Espinho Branco e
perguntar aos nossos patrícios “rebelados” se viram já o filme Jesus, a
resposta será: “um homem santo veio cá no seu carro azul, com uma gaita ao
peito, um motor de luz, e mostrou-nos num lençol branco pregado na parede da
casa do defunto Sr Agostinho, o Jesus que fala como nós. Ele dormiu la naquela
casa em uma cama de cancarã. Comeu a nossa comida e prometeu voltar. E voltou.
O nome dele é um homem santo”.
Recentemente, este homem santo esteve
doente e a tratar em França. Quase perdeu a voz. É a historia do tal espinho na
carne de todos os Paulos de Deus. A resposta é mesma: “a minha Graça te basta”.
Ele é também um homem de oração.
Todos os dias, no aconchego da sua casa, acompanhado da esposa, D. Maria, ora a
favor de todos os servos dentro e fora do País.
Mais há, de muito bom, por saber deste servo do Deus Altíssimo. O leitor
destas poucas linhas poderá fazê-lo na primeira pessoa. Bastava ir, em uma
tarde qualquer, ao prédio perto da Bolsa de Valores, em Achada Santo António,
porta 13, ultimo piso à esquerda. Um rico lanche, oferecido simpaticamente pela
D. Maria, é garantido. E o mais importante: não dará por perdido o seu tempo,
muito pelo contrario. Eu fui.
Bem aventurado o homem a respeito
de quem possa ser escrito o que acima se escreveu. Amem.
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