
Por opção pessoal ansiamos por uma vida plena de alegrias, desejamos que tudo seja um festival de risadas e folguedos. Todavia, quantas vezes, Deus opera em sentido oposto ao nosso querer. Não poderá haver uma vitoria plena sem um Getsemane de sofrimento. A têmpera de Deus é exigente.
Páscoa vitoriosa significa suor. Páscoa verdadeira significa cálice de amargura. Quanta crença empobrecida porque se quer viver com Jesus mas praticando uma vida fútil e estéril sem uma gota de suor e sem um pingo de sangue. Quanta fé barata sem um “angustiar-se muito”, sem um “entristecer”, sem um “passe de mim este cálice”.Ninguém quer sofrer um agravo. Ninguém quer sofrer uma afronta. Poucos sabem resistir à calunia. Tanta gente fraca gerando fraqueza e fazendo “fraca a forte gente”. Páscoa significa ser-se temperado na fornalha do sofrimento e exclamar com o Mestre “a minha alma está cheia de tristeza até à morte” (Mateus 26:38). Entre lágrimas suor e sangue, o Senhor tempera a alma dos valentes. A dor intensifica os clarões dos céus e a sua dor elimina a nossa.
Isaías chamou Jesus de “Varão de Dores”. Palmilhemos o trilho do “Varão” porque pelas suas pisaduras seremos sarados. (Isaías 55:3-4).
PAI, queima o nosso querer na Fornalha do Teu desejo.
Rev Gilberto Évora
“In Epistola, Abril/1985”
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