O Rev. Eades e esposa de volta a Cabo Verde, após um ano de ausência, saúdam cordialmente a todos os leitores da Epistola.
A minha terra me encantava
Com seus campos verdejantes
E sua agua que brotava
Em cada canto das nascentes;
Mas não pude deixar de vir!
A minha igreja tão isolada,
Que sem pastor se encontrava,
Tantas vezes me implorava
Que ao serviço me dedicasse,
Mas não pude deixar de vir!
Minha filha me agarrava -
Com soluços me despedia
Na hora de intensa magoa,
Que minha alma jamais sentira;
Mas não pude deixar de vir!
Os meus irmãos me espreitavam
Com ares de querer perguntar:
Com que direito abandonava
Terra, família, igreja e filha;
Mas não pude deixar de vir!
Não pude deixar de vir,
Pois sou escravo de orelha furada,
Que três décadas passadas
A chamada divina ouvira:
“Meu evangelho ides pregar”!
Não pude deixar de vir;
Pois em duas décadas souberam
Meus irmãos cabo-verdianos
Implantar na minha alma
Um sentimento amoroso, tão profundo!
Não pude deixar de vir,
Pois entre lágrimas que a banhavam,
Entre soluços que a afogavam,
Minha filha segredava:
“Meu paizinho..., tu deves ir!”
E não pude deixar de vir!
Aqui estou para vos servir!
Por: Ernest A. D. Eades
Fonte: Epistola Nº 9, Vol. 10, Pág. 130, Setembro/1966
A minha terra me encantava
Com seus campos verdejantes
E sua agua que brotava
Em cada canto das nascentes;
Mas não pude deixar de vir!
A minha igreja tão isolada,
Que sem pastor se encontrava,
Tantas vezes me implorava
Que ao serviço me dedicasse,
Mas não pude deixar de vir!
Minha filha me agarrava -
Com soluços me despedia
Na hora de intensa magoa,
Que minha alma jamais sentira;
Mas não pude deixar de vir!
Os meus irmãos me espreitavam
Com ares de querer perguntar:
Com que direito abandonava
Terra, família, igreja e filha;
Mas não pude deixar de vir!
Não pude deixar de vir,
Pois sou escravo de orelha furada,
Que três décadas passadas
A chamada divina ouvira:
“Meu evangelho ides pregar”!
Não pude deixar de vir;
Pois em duas décadas souberam
Meus irmãos cabo-verdianos
Implantar na minha alma
Um sentimento amoroso, tão profundo!
Não pude deixar de vir,
Pois entre lágrimas que a banhavam,
Entre soluços que a afogavam,
Minha filha segredava:
“Meu paizinho..., tu deves ir!”
E não pude deixar de vir!
Aqui estou para vos servir!
Por: Ernest A. D. Eades
Fonte: Epistola Nº 9, Vol. 10, Pág. 130, Setembro/1966
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