O capitalismo mudou, por completo, a essência desta comemoração e no-la vende hoje embrulhada em papéis de lindas cores, árvores as mais variadas (até com neve em Cabo Verde), guloseimas preparadas a propósito e um sem-número de eventos que nos remetem para tudo, menos para a essência do Natal. Assusta-me cada vez mais esse desvio.
Vamos em frente. Ontem, assisti a várias reportagens na RCV e na TCV sobre os preparativos para as festas de fim de ano e notei que a média de gastos apenas em roupa, sapatos e acessórios vai de 7 a 15 contos. Abro um parêntesis para dizer que os entrevistados não pertenciam à classe A, que tem poder de compra. Continuando, se a essa média acrescentarmos mais 3, 5 ou 7 contos para a compra dos bilhetes para os reveillons, esse montante dispara para números, pelo menos para mim, impossíveis de suportar.
Chegados a este ponto, não vi ainda nenhum post ou comentário criticando essas excentricidades que terminam, muita vezes, em arrependimentos, frustações (a comida acabou, não havia bebida, a música foi horrivel, são os comentários que ouvimos todo dia 1 de Janeiro) e muitas dívidas, a troco de 8 horas, no máximo, de alguma badalação. Não vi ninguém criticar por se gastar tanto em adultos (e não em crianças, como acontece por ocasião do Natal) que apenas querem dar vazão à sua folia. Com direito, claro, mas...
Me pergunto: será que sou contra as festas de fim de ano? Não, simplesmente fico parvo frente à inexistência de um linha de pensamento e conduta, aliada a desculpas esfarrapdas. Por outras palavras, são conceitos e conceitos.
Bom ano a todos!
Fonte: Blog do Alvarito
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