Prestem bem atenção. Estas imagens estão a chegar da ilha do Fogo.
As nossas irmãs, D. Dulce e D. Domingas, membros da nossa igreja em São Filipe, mãe de alguns jovens que também são membros, vivem em uma situação que não tem outro nome – dramática. Elas, segundo me consta, são mães solteiras e com outros condicionalismos que eu não vou aqui esmiuçar. A cozinha delas são as das fotos, sem pôr nem tirar.
Ambas moram no interior da cidade de São Filipe, mais concretamente em Bernardo Gomes, localidade promissora e onde está-se a desenhar, para muito breve, uma igreja organizada.
Sei que a nossa Liga Nazarena de Solidariedade, com todo o sangue novo que lhe foi injectado, já deve estar a tomar as devidas notas. Sei também que os irmãos do Ministério V.I.D.A que muito têm estado a fazer, já devem estar a coçar a garganta. Estes sabemos que sentem, falam e fazem. Mas não podemos deixar só com esses, a responsabilidade social do nosso povo. Temos todos que meter a mão na massa.
Eu sou natural da ilha do Fogo, nasci em uma localidade bem pertinho de Bernardo Gomes, onde moram a D. Dulce e D. Domingas. Conheço-as bem. São duas mulheres trabalhadoras e lutadoras.
Há tempos, fui informado por familiares meus de que elas se converteram ao Senhor Jesus. Eu não poderia ficar mais contente. Hoje, precisam da nossa mão de irmão, aquela que estendemos quando cantamos o coro “Meu irmão não me importa quem tu és, Se à sombra do Calvário salvo estás, dá-me a mão e meu irmão serás”.
Eu gostaria imenso de vir a ter o prazer de mandar dizer às duas, que, para além de uma cozinha toda ela novinha em folha, vão poder ter também, pelo menos, um caping gáz cada, para não terem que continuar a queimar as pestanas, soprando e tiçando o lume no caldeirão. Nenhuma outra prenda de Natal seria de maior agrado para elas. Quem sabe, algum anjo esteja de boca aberta e venha dizer: amem!!!... Ficariam felizes.
Estou a correr o sério risco de alguns acharem que gosto de choramingar, pedindo. Eu me daria por satisfeito, se, pelo menos, uma alma viva aparecer e perguntar por estas duas senhoras. Mas desarmar-me da campanha que faço a favor deste meu povo sofredor, nunca.
Porque eu vim de lá, eu sei o que é colher lenha, soprar lume e “mundar” as cabras para depois ordenhá-las. Eu sei o que é comer papa com leite, rolon ou escaldada de milho “quentado”. É a alimentar com a comida feita em uma cozinha igualzinha à da D. Dulce e da D. Domingas que me cresci. Eu sei, porque vim de lá. Eu sei!
Mas também sei que o povo nazareno sabe dividir e ser solidário com os outros. Esta é mais uma oportunidade que Deus está a dar-nos para cooperarmos na Sua Obra e sermos solidários com o nosso próximo. Esta é a vez da D. Dulce e da D. Domingas. Vamos lá, por favor.
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