Que vai de costas ao sol trabalhando árdua,
De Sol a Sol para o menino de pai ausente.
Substituta sempre no jogo,
Com ele fora de jogo em desafogo.
A ti oh incansável nas lidas
Das vinte quatro horas mais extras!
Que caminha sempre em frente faça chuva ou faça vento.
E vê longe para o futuro do Zezinho...
Heroína...Vai e não para!
Cheia de caparo, na refrega dando litro dispara.
Com um pão roliço pilando o milho no pilão.
Aquele vai no “Pilão” e outros “Tabus” e “Luas de Mel”.
Mas ela aguenta, eterna lissa frequenta,
Preguiça afugenta...
Em dias de tormenta quando ele não se apresenta, contenta.
A ti Mulher Rainha!
Que faz a indumentária do Zezinho e nas calças do pai faz bainha.
Na cabeça leva lata de água e nas costas o Zezinho... Finda o dia!
Vende doces e pastéis acreditando que o Zezinho será Doutor.
Acredita num Cabo Verde que chove... Verde.
Por isso lança perene o grão á terra.
Mesmo que no ano passado choveu temporã e serôdia!
Ainda que o pai do Zezinho larga a enxada e pega a paródia,
Ainda que ele troque a tina mais ela se afina porque ela é fina afinal.
Ela vai. Aguenta. Não cai. Nunca cai...
Soada em mesma entoada... Ressequida mas heróica, estóica!
Trabalha, malha, faz tricô, rendas para pagar as rendas.
Este é o meu aplauso a ti... Mulher das minhas ilhas,
Que vence milhas de labor feitos de ardor. Esquece a dor!
Vence obstáculos feitos de “trilhos” e “tomba trilhos”.
De pernas sobre molas, “quebrando as molas” da lida, da vida...
Porque não pára, caminha até a exaustão e ainda faz extras.
Este é o meu aplauso e minha homenagem,
A ti oh mulher das minhas ilhas.
NATANIEL SEMEDO DA SILVA
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