David Leite |
Se pensarmos nas dificuldades que ainda afligem tantos compatriotas nossos na terra-longe, duas coisas concluímos: primeiro, que o problema maior na diáspora é, porventura, a integração, entenda-se bem: plena inserção no país de acolhimento, sem perder o vínculo com a terra-mãe. Segundo, que a problemática da integração deveria merecer maior atenção dos “doutores” da emigração, cuja retórica passa muitas vezes ao lado dos reais problemas dos... emigrantes! Não ha discurso que valha sem acção!
1. Integração social e confessional
Bem mais do que os discursos, a religião tem tido repercussão positiva na plena integração dos nossos conterrâneos expatriados lá onde lhes é dada essa possibilidade. Nada mais natural: salvo excepções, comungam a mesma fé das sociedades que os acolhem, sendo estas católicas, eventualmente protestantes – em todo o caso, cristãs. Ora, sendo vocação da igreja integrar e congregar os seus fiéis, e sendo a fé indissociável dos costumes, la messe est dite!
Com efeito, uma análise realista, sucinta que seja, permite constatar que a integração resulta amplamente facilitada graças à prevalência dessa espiritualidade partilhada. A presente análise é realista porque baseada na observação e isenta de qualquer tendência confessional. Afinal a verdadeira integração emana, antes de mais, de uma vontade recíproca e natural de coabitar, independentemente da religião ou convicções do outro. Por prova, nada como a franca hospitalidade dos nossos vizinhos senegaleses, maioritariamente muçulmanos: os caboverdeanos, no Senegal, sentem-se em casa. Leia +
Por: David Leite
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