Hoje, dia 18 de janeiro, é meu dia de acçao de
graças. Na verdade, todos os dias são de acçao de graças, mas um ressalta e brilha
muito mais que todos os outros. Foi num dia com hoje, há vinte anos, que minha
familia, amigos e conhecidos choraram a minha morte. A noticia ecuou ao nascer
do dia – Jose Heleno acaba de falecer, vitima de um brutal acidente de viacao em
Milho Branco. A Policia de transito, chamada ao local, tambem relatara:
O condutor, Sr. Jose Heleno, da carrinha caixa aberta, marca Toyota, ST 28-AZ, que
fazia o trajeto Pedra Badejo – Praia, sofreu um agrave acidente de viacao,
provocando a morte de si mesmo. Por momentos, ainda que curtos, circulou esta
noticia. Falso alarme. Estive à beirinha da
morte, mas escapei-me por um triz. Desse fatidico dia, resta-me a lembrança de
um grande e saudoso amigo, Ramiro Monteiro, meu compenheiro naquela viagem, que
não conseguiu safar com vida daquele tragico acidente.
Passados vinte anos, agradeço a Deus pela
dadiva da vida. Hoje, bem cedo, abracei a minha filha mais nova e dei um brado
de gratidao – Aleluuuuuuuuia, estou vivo. Hoje, 18 de janeiro, o dia em que não
morri, so quero celebrar. Quero fazê-lo em família. Quero fazê-lo, lembrando as
coisas boas da vida – tenho Deus, tenho familia, tenho lar, tenho amigos, tenho
saude, tenho paz comigo mesmo e com todos os que me rodeiam. So não vamos ter o
prometido churrasco em familia porque a Sara me pediu emprestado a quantia
reservada para fazer algo mais importante e urgente. Não importa. Com churrasco
ou sem churrasco, hoje é so celebrar. E, ainda por cima, o Sporting está em
primeiro lugar. Hoje é so celebrar. Com licença.