Tuesday, December 17, 2013

VIDA E LEGADO

O mundo está rendido à incontornável figura de Nelson Mandela.  
Plebeus, reis e presidentes, reconhecem a estatura do homem, cuja vida atravessou gerações.
Madiba, deixou um legado, cujo facho precisa continuar aceso, e repassado às próximas gerações.
Mas a vida de Mandela, nos planos pessoal e familiar, inserida num contexto racista dos mais brutais da humanidade, encerra dramas e conflitos, que poderiam tê-lo feito soçobrar ou levá-lo a desenvolver o pior dos ódios, projectando sua vida para o desfiar permanente de um rosário de fel e dor. 
Na ficha do guerreiro constam; vinte e sete anos de reclusão atroz, dos quais dezoito isolado em Robben Island, privado da esposa, dos filhos, dos amigos, afligido na carne por moléstias, marcado com o desmoronar de dois matrimónios, o desaparecimento prematuro de três filhos, mal compreendido e algumas vezes perante o tribunal e na eminência de pena de morte.
Apesar das contradições, Nelson Mandela, manteve a serenidade, a compostura e o equilíbrio, que caracteriza todo aquele que veio para cumprir uma missão divina. Em 2006, num documentário da MSNBC, Mandela falou sobre a morte: “Gostaria que se dissesse, aqui jaz um homem que fez o seu dever na terra” – é tudo.
Hoje, Mandela emerge como o pacifista que impediu um banho de sangue na sua África do Sul, fazendo uma transição sem vingança, unindo a nação e lançando as bases para um futuro condigno para todo o povo. Ele permaneceu fiel ao dever e conduziu exemplarmente o seu povo.
Nelson Mandela, sabiamente incorporou os princípios que recebeu na igreja metodista, onde foi batizado e ensinado. E que contributo, quando a fé Cristã é assumida e vivida de forma séria! 
Caros companheiros nas lides ministeriais, se aceitarmos a graça que o calvário outorga, somos libertos dos condicionalismo transitórios desta vida, e projectados como elos de benção para nosso povo e geração. 
Se Nelson Mandela, tivesse abrigado o ódio, estaria de certeza coberto pelo pó do anonimato, e seu povo teria trilhado um caminho bem sinuoso, para alcançar a sua emancipação racial. A Bíblia diz que o justo terá herança, parte e memória eternas.
Nesta altura do ano, convém uma introspeção, sobre o que no dia a dia estamos a construir, para fazer do povo de Cabo Verde, um povo santo de Deus, instruído para toda a boa obra. 
Qual é o legado espiritual, comunitário e familiar que estamos deixando?
As casas, os estudos, as posições e condecorações esfumar-se-ão no tempo, permanecendo apenas o legado da paz e da concórdia que deixarmos, por termos vivido vidas devotadas a Deus e ao próximo. 

Que apesar das contradições da existência, continuemos serenos e confiantes na missão que o Senhor nos confiou: pastorear com inteligência e sabedoria o rebanho do Sumo Pastor. E cremos que nenhuma das Suas promessas caíram em saco roto, “depois de muitos dias recolheremos os frutos”.

Por: Rev. David Araújo

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Respondendo aos insistentes pedidos de antigos leitores do Epistolaonline, eis que anuncio o seu regresso. Na estrada, para a gloria de Deus.