Wednesday, November 7, 2007

Aos meus amigos (I capítulo)

Ontem sonhei com um dos meus amigos mais chegado. Depois de acordar pela manhã, orei por ele, este meu amigo mais chegado. Orei pelos outros também. Talvez a razão do sonho tenha sido por causa de algumas perguntas inconvenientes que o Eliseu, meu filho, me vem fazendo. Pus-me a pensar: Até o Eliseu com os seus quatro anos, quase cinco, conseguiu entender e perguntar o porquê de não ter visto nos últimos tempos alguns “tios”. Claro que dei aquela resposta diplomática que todos temos sempre na ponta da língua mas que nem ao Eliseu, desta vez, convenceu. – Oh meu filho, então não vês que o tio está com muito trabalho e tão pouco tempo. E a reacção dele não se fez esperar: “Forti trabadjo”. E tratei, não sei se bem ou mal, de convence-lo que realmente esta era a razão da ausência dos tios. Não sei se consegui. A sua ironia me deixou com dúvidas.
Nós sabemos muitas coisas dos nossos filhos. Sei, por exemplo, que Eliseu está a questionar a ausência do tio, mais pelo carro do tio do que pela pessoa do tio. É que ele gosta tanto de carros. Mas sei também que ele gosta dos tios.
However, eu não gosto dos tios do Eliseu por causa dos seus carros ou outras coisas. Os meus amigos são meus amigos porque somos amigos. Amizade não se compra. Conquista-se. Somos amigos e pronto. A amizade comprada ou fiada, ou seja lá o que for, morre antes de nascer.
De forma errada, segundo minha opinião, alguns acham que nossos verdadeiros amigos são aqueles que estão sempre connosco a elogiar-nos mesmo quando a coisa sai pelo torto. E quando sai torto, vamos todos em coro provar que somos amigos de verdade; afinal a coisa saiu torto por causa dos outros. A culpa não é tua.
Aprendi que o verdadeiro amigo é aquele que nos fala a verdade com honestidade e com todo o amor. Não são nossos amigos aqueles que nos escondem a verdade.
Estava a ler um texto que me chegou às mãos que por acaso falava de amizades. Havia lá algumas frases que achei interessante. Eis algumas delas: “Amigos são como estrelas, às vezes não as vemos por causa das nuvens mas estão lá”. “Amigo é aquele que abraça sem perguntar ou reclamar”. “Amigo é aquele que entra quando todos saem”. “Amigo é aquele que chega sempre na hora”.
Temo perder meus grandes amigos. Estou acostumado aos seus abraços e às suas visitas. Nestes últimos dias, alguns, por causa do trabalho, não têm podido aparecer. Sei que estão lá. Só não estão a aparecer por causa do trabalho, ou melhor, de algumas “nuvens”.
O vento vai levar as nuvens mas os meus amigos estão lá. Pregados!
Hoje resolvi pensar em voz alta invocando os meus amigos. Onde estão?
Apareçam já. Estou a pedir.
Só estou a pedir. O Eliseu é que está a exigir.
Graças a Deus tenho muitos amigos mas parece que estão de férias.
Apareçam!

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Respondendo aos insistentes pedidos de antigos leitores do Epistolaonline, eis que anuncio o seu regresso. Na estrada, para a gloria de Deus.