Friday, May 11, 2007

POESIA DO REV. GILBERTO ÉVORA


EXIGENCIA

Quando Ele chegou
Amorosamente
Reparti com ele
Irmãmente
As minhas bolachas

Também me disse
Que tinha sede
Dei-lhe de beber
Mas de seguida
Quebrou
Meu frágil cântaro de argila.

Olhou em derredor
E sorriu
Trocistamente

Depois me perguntou
- Que mais tens
Nesta tua choupana?
Delicadamente
Respondi-lhe: - Nada mais.

Teimosamente
Exigiu uma gota
Do meu sangue.

Fiz-lhe a vontade
E depois apressadamente
Saiu a propalar
À multidão aglomerada na praça
Que até meu sangue
Era amargo…

Por Gilberto Évora
“in Epistola/Abril - 1985

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