Sunday, December 30, 2007

Tambarininha de Almada

Almada é a localidade que fica a 4 km da cidade de São Filipe, Fogo para quem vai para a zona norte. Talvez tenha recebido este nome no tempo dos colonos portugueses pela semelhança com Lisboa e margem sul do Tejo – Almada.
Em Almada temos a conhecida residência do saudoso Sr. Rendall que já foi residência, quartel nos primeiros anos da independência e actualmente foi restaurada para servir de pensão. Os empreendedores tiveram a feliz ideia de baptizarem a Pensão com nome “Pensão Almada”. Mas esta localidade não é conhecida só pela casa do Sr Rendell, pelo ribeiro que faz a separação entre a freguesia de Nossa Senhora de Conceição e freguesia de São Lourenço ou pelo monte de Almada. É também conhecido por uma árvore histórica – A tambarininha de Almada. Ela era frondosa, resistiu a muitas estiagens, emprestava a sua sombra a todos os transeuntes para ali se descansarem do calor da subida. Nós brincávamos nos seus ramos e nunca reclamou. Alguns mais antigos diziam que ela era uma árvore diferente e que em tempos chegou até a falar. Esta lenda é conhecida entre a meninada do nosso tempo. E agora?
Tambarininha de Almada já era. Secou. Morreu de pé. Almada já não é o que era, sem sua árvore histórica. E para a tristeza de todos, ainda está lá, de pé, com todos os seus ramos mas sem folhas e sem vida. Seco, russo e…
Aliás, Algo estranho se passa no Fogo. Esta ilha é conhecida pelas suas tambarinas frondosas e parideiras. Ultimamente, baja de tambarina só para fazer chá. Mais estranho ainda é que muitos pés estão se secando. Logo tambarina que é a árvore mais resistente no Fogo. Alguns acham que é por falta de chuva. Mas desde quando tambarina precisou de chuva. Outros dizem que é a própria natureza. Outros fazem outras comparações e presságios. O certo é que estão se secando a olhos vistos.
Por este caminho, pode-se considerar que tambarina é uma árvore em extinção no Fogo.
E como será a ilha do Fogo sem a sua Tambarina. Já imaginaram?

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A Figueira está de volta

Respondendo aos insistentes pedidos de antigos leitores do Epistolaonline, eis que anuncio o seu regresso. Na estrada, para a gloria de Deus.