O título que encima este artigo é o conteúdo do nº1 do artigo 81º da Constituição da República de Cabo Verde. Quer isto dizer que esta Nação reconhece e confere dignidade constitucional à família, pondo-a ao nível de todos os direitos, liberdades e garantias, valores caros a um Estado de Direito.
A Magna Lei assegura também o direito de todos a constituírem família, e faz impender sobre os pais o dever de educar e orientar os filhos em conformidade com as suas opções fundamentais, tendo em vista o desenvolvimento integral da personalidade das crianças e adolescente, respeitando os direitos a estes, legalmente reconhecidos e sobre os filhos recai o dever de obedecer aos pais e acatar a sua autoridade. Mas, a mais importante norma desse comando constitucional é aquela versada no nº 8 onde se diz que os poderes públicos protegem a família e promovem a criação de condições que assegurem a estabilidade dos agregados familiares e permitam o cumprimento da função social e da sua missão de guardiã de valores morais reconhecidos pela comunidade.
Cabo Verde em matéria legislativa está ao nível dos países mais desenvolvidos e, em alguns casos, encontra-se em patamares bem mais elevados, mas, como dizia alguém «uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa». Excelentes valores vazados em forma de lei têm contribuído para termos famílias fortes capazes de erigir uma Nação estável? Com o passar dos anos e paulatina melhoria da estrutura legiferante, tem havido melhores pais educadores e filhos mais obedientes? Sou optimista por natureza, mas a minha resposta a estas questões é, claramente, negativa. Que me desculpem os defensores da “evolução educativa” ou dos novos métodos de construir a autoridade paterna, mas temos ido de mal a pior. E eu nem sou tão velho assim (quem tem 45 anos ainda é jovem, penso eu), para me acusarem de ser conservador. Mas eu cresci a respeitar os meus pais, a aceitar autoridade deles e a ver neles o alicerce do meu próprio crescimento, tendo recebido de bico calado os respectivos correctivos sempre que a minha “cabeça rija” me levou a ser desobediente. Não ganhei qualquer trauma por causa disso e tenho em meus pais, as minhas melhores referências.
Hodiernamente, tornou-se moda elevar a criança e o adolescente ao nível dos pais, levando estes quase a pedir desculpa aos filhos pelo exercício de autoridade, com a consequente ausência da disciplina e o resultado é o seguinte quadro: filhos que crescem sob bases falsas, mimados, frágeis sob o ponto de vista decisório, pais fracos e famílias desestruturadas. Infelizmente, muitas famílias cristãs têm preferido a “modernidade” dos ensinamentos contidos em alguns best-sellers e a esquecerem-se dos valores bíblicos, contribuindo, assim, para o desenvolvimento do quadro acima descrito. Temos todos de mudar esse cenário, como forma de termos Famílias Fortes e uma Nação Estável, tema-chapéu da semana especial que terá como pregador, o Rev. Jorge Barros. Para isso, há que promover algumas mudanças de atitude.
Em primeiro lugar, temos de revalorizar a nossa CASA. Temos de fazer da nossa casa a casa de JESUS. Para muitos cristãos e suas famílias, toda a espiritualidade é exercida na igreja, toda a oração é feita na igreja, todo o ensino é ministrado na igreja e nunca em casa. Em muitos lares cristãos, tem havido uma abdicação do exercício de autoridade e da responsabilidade de liderar o caminho em que os filhos devem trilhar. Em Provérbios 22:6 lemos «Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele». Esse caminho deve ser o caminho dos verdadeiros valores morais, da rectidão, do respeito por pessoas e ideais comunitários, do amor ao próximo e da aceitação inquestionável da SOBERANIA de Deus na casa e na vida. Nossos filhos vão um dia abandonar a nossa casa e fazer suas próprias escolhas, mas temos de indicar-lhes o melhor caminho. Josué fez a sua escolha ao afirmar que ele e a casa dele serviriam ao Senhor. E tu? E eu? E nós? Temos feito essa mesma escolha?
Em segundo lugar devemos manter uma consistente disciplina sobre os nossos filhos, devendo ser essa a maior responsabilidade dos pais. Somos lembrados no livro de Provérbios, 29:15 que «A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe» e de novo no versículo 17 aparece «Castiga o teu filho, e te dará descanso; e dará delícias à tua alma». Essas lições claramente nos lembram que disciplinar, correctamente, os nossos filhos trará delícias à nossa alma, mas se falharmos nesse campo, teremos vergonha e dores de cabeça. É claro que devemos sempre procurar a orientação de Deus para não confundirmos disciplina com autoritarismo nem aplicação da vara e da correcção com violência inusitada. O importante é conhecer a palavra de Deus, usá-la, confiar nela, orar constantemente por nossa responsabilidade como pais e pelos nosso filhos, amá-los profundamente, nunca tomar nada como certo e sim mantermo-nos conectados com o Senhor.
Em terceiro lugar, teremos de ser famílias interventoras na sociedade onde estamos inseridos. Chega de “famílias de igreja” mas amorfas enquanto células sociais. Famílias que criticam os males sociais, mas que nada fazem para mudar a sociedade. Famílias que olham para o passado de forma nostálgica (“no nosso tempo é que era”), mas que exercem pouca ou nenhuma influência para repor valores perdidos em nome da modernidade educativa. Famílias que oram, oram e oram mas que não praticam qualquer acção visível e prática capaz de mudar o tecido social. Famílias que esperam que os outros venham ao seu encontro, mas que não se envolvem com questões sociais, nomeadamente com a cidadania, a solidariedade e o apoio comunitário. Como disse num artigo anterior, se queremos ser o sal da terra, temos de sair do saleiro. Famílias, células base da nossa sociedade? Depende de nós, não basta estar na Constituição! Como cristãos, a nossa responsabilidade é maior! Deus vos abençoe.
A Magna Lei assegura também o direito de todos a constituírem família, e faz impender sobre os pais o dever de educar e orientar os filhos em conformidade com as suas opções fundamentais, tendo em vista o desenvolvimento integral da personalidade das crianças e adolescente, respeitando os direitos a estes, legalmente reconhecidos e sobre os filhos recai o dever de obedecer aos pais e acatar a sua autoridade. Mas, a mais importante norma desse comando constitucional é aquela versada no nº 8 onde se diz que os poderes públicos protegem a família e promovem a criação de condições que assegurem a estabilidade dos agregados familiares e permitam o cumprimento da função social e da sua missão de guardiã de valores morais reconhecidos pela comunidade.
Cabo Verde em matéria legislativa está ao nível dos países mais desenvolvidos e, em alguns casos, encontra-se em patamares bem mais elevados, mas, como dizia alguém «uma coisa é uma coisa, outra coisa é outra coisa». Excelentes valores vazados em forma de lei têm contribuído para termos famílias fortes capazes de erigir uma Nação estável? Com o passar dos anos e paulatina melhoria da estrutura legiferante, tem havido melhores pais educadores e filhos mais obedientes? Sou optimista por natureza, mas a minha resposta a estas questões é, claramente, negativa. Que me desculpem os defensores da “evolução educativa” ou dos novos métodos de construir a autoridade paterna, mas temos ido de mal a pior. E eu nem sou tão velho assim (quem tem 45 anos ainda é jovem, penso eu), para me acusarem de ser conservador. Mas eu cresci a respeitar os meus pais, a aceitar autoridade deles e a ver neles o alicerce do meu próprio crescimento, tendo recebido de bico calado os respectivos correctivos sempre que a minha “cabeça rija” me levou a ser desobediente. Não ganhei qualquer trauma por causa disso e tenho em meus pais, as minhas melhores referências.
Hodiernamente, tornou-se moda elevar a criança e o adolescente ao nível dos pais, levando estes quase a pedir desculpa aos filhos pelo exercício de autoridade, com a consequente ausência da disciplina e o resultado é o seguinte quadro: filhos que crescem sob bases falsas, mimados, frágeis sob o ponto de vista decisório, pais fracos e famílias desestruturadas. Infelizmente, muitas famílias cristãs têm preferido a “modernidade” dos ensinamentos contidos em alguns best-sellers e a esquecerem-se dos valores bíblicos, contribuindo, assim, para o desenvolvimento do quadro acima descrito. Temos todos de mudar esse cenário, como forma de termos Famílias Fortes e uma Nação Estável, tema-chapéu da semana especial que terá como pregador, o Rev. Jorge Barros. Para isso, há que promover algumas mudanças de atitude.
Em primeiro lugar, temos de revalorizar a nossa CASA. Temos de fazer da nossa casa a casa de JESUS. Para muitos cristãos e suas famílias, toda a espiritualidade é exercida na igreja, toda a oração é feita na igreja, todo o ensino é ministrado na igreja e nunca em casa. Em muitos lares cristãos, tem havido uma abdicação do exercício de autoridade e da responsabilidade de liderar o caminho em que os filhos devem trilhar. Em Provérbios 22:6 lemos «Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele». Esse caminho deve ser o caminho dos verdadeiros valores morais, da rectidão, do respeito por pessoas e ideais comunitários, do amor ao próximo e da aceitação inquestionável da SOBERANIA de Deus na casa e na vida. Nossos filhos vão um dia abandonar a nossa casa e fazer suas próprias escolhas, mas temos de indicar-lhes o melhor caminho. Josué fez a sua escolha ao afirmar que ele e a casa dele serviriam ao Senhor. E tu? E eu? E nós? Temos feito essa mesma escolha?
Em segundo lugar devemos manter uma consistente disciplina sobre os nossos filhos, devendo ser essa a maior responsabilidade dos pais. Somos lembrados no livro de Provérbios, 29:15 que «A vara e a repreensão dão sabedoria, mas a criança entregue a si mesma, envergonha a sua mãe» e de novo no versículo 17 aparece «Castiga o teu filho, e te dará descanso; e dará delícias à tua alma». Essas lições claramente nos lembram que disciplinar, correctamente, os nossos filhos trará delícias à nossa alma, mas se falharmos nesse campo, teremos vergonha e dores de cabeça. É claro que devemos sempre procurar a orientação de Deus para não confundirmos disciplina com autoritarismo nem aplicação da vara e da correcção com violência inusitada. O importante é conhecer a palavra de Deus, usá-la, confiar nela, orar constantemente por nossa responsabilidade como pais e pelos nosso filhos, amá-los profundamente, nunca tomar nada como certo e sim mantermo-nos conectados com o Senhor.
Em terceiro lugar, teremos de ser famílias interventoras na sociedade onde estamos inseridos. Chega de “famílias de igreja” mas amorfas enquanto células sociais. Famílias que criticam os males sociais, mas que nada fazem para mudar a sociedade. Famílias que olham para o passado de forma nostálgica (“no nosso tempo é que era”), mas que exercem pouca ou nenhuma influência para repor valores perdidos em nome da modernidade educativa. Famílias que oram, oram e oram mas que não praticam qualquer acção visível e prática capaz de mudar o tecido social. Famílias que esperam que os outros venham ao seu encontro, mas que não se envolvem com questões sociais, nomeadamente com a cidadania, a solidariedade e o apoio comunitário. Como disse num artigo anterior, se queremos ser o sal da terra, temos de sair do saleiro. Famílias, células base da nossa sociedade? Depende de nós, não basta estar na Constituição! Como cristãos, a nossa responsabilidade é maior! Deus vos abençoe.
João Gomes
4 comments:
Fico bastante satisfeito por ver que ainda há pessoas dentro das igrejas que entendem Jesus como aquele que se preocupa com todas as esferas da nossa vida como humanos. Mostra-se urgente mostrar a tantos que o poder salvifico de Deus tem implicaçoes várias, fisico, familiar, emocional...
Sem complexos deveremos nos abeirar daqueles que pugnam pela excelencia dando força ao seu aprofundamento.Excelencia tantas vezes fala igualmente tantas vezes indesejada pelas mentes e lideranças ignobéis. Promova a sabedoria, através da dignificaçao do seu nome.
O mundo cristao tem defendido a excelencia, mas quando ela é trazida ao mundo real, o seu defensor sai prejudicado, porque aos olhos de muitos será factor de promoçao, possibilidade real e forte de "endeusamento" de quem a aplica.
Felizmente há excepcoes a regra. Irmao prossiga porque está é a via por que deveremos marchar,aliás seria vivamente aclamada por jesus, porque a graça redentora está sendo colocada no seu lugar proprio, o da restauraçao da vida do homem em todas as suas dimensoes. fico muito abençoado por isto, se ao mundo fosse dado esta prespectiva de que Deus é transcendente igualmente imanente, naturalmente que a fileira dos fiéis seria maior e melhor, com mais fé, masi amor, de santidade ...
Deus o abençoe e o conserve de todas as mentes ignobéis.
Boa noite!
Não posso continuar a ler artigos do João Gomes sem dizer como ele ainda é lembrado aqui em Portugal. Ele foi o 1º Presidente de JNI Distrital que conheci e que muito me marcou. Felizmente, ainda, persistem outros jovens daquele tempo na igreja e várias vezes o nome deste Presidente surge em conversa.
Se for possível, gostaríamos muito de ter o contacto dele (e-mail) para podermos saber dele, da sua família e para podermos partilhar tudo aquilo em que nos tornámos e tudo o que temos feito para Deus, desde aqueles tempos.
Eu era aquela que foi por especial favor do João Gomes ao acampamento distrital (1990) por não ter idade suficiente, mas para poder acompanhar os jovens da minha igreja (de quem era/ sou inseparável).
Este blog também pode ser uma ponte entre espaços (Cabo Verde e Portugal) e entre tempos, que apesar de passados, continuam presentes e guardados na nossa memória e no nosso coração.
Um abraço, Cláudia Luís (agora também Barros) – Igreja do Nazareno de Almada
Oi Claudia
É claro que ainda me lembro de ti e de todos aqueles jovens simpáticos de Almada, Coimbra, Lisboa, Povoa de S. Iria, Costa do Sol, Porto, enfim..., bons tempos e uma juventude bem dinâmica. Os fiéis permaneceram no rumo certo. Não sei se vais ler esse comentário, mas podes escrever-me para o jjag38@hotmail.com
Diana (minha namorada de sempre hoje minha esposa) manda saudades. Temos um filho Iuri, jovem que está consagrado ao Senhor.
Fica com Deus
João Gomes
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