Humildade
O Renascimento foi um movimento que surgiu no séc. XIV, primeiramente em Itália e se alastrou, de seguida pela Europa, no século seguinte. Um dos ideais centrais desse movimento era o individualismo que exprimia a afirmação e a liberdade do indivíduo frente a um grupo, especialmente à sociedade e ao Estado. O individualismo em si opunha-se a toda forma de autoridade, ou controle sobre os indivíduos e colocava-se como antítese do colectivismo. Foi uma das épocas mais exarcerbadas do Humanismo, uma perspectiva filosófica e cultural centrada no homem sob o lema de Terêncio «sou homem, nada do que é humano, me é estranho».
Nos tempos que correm, movimentos vários procuram, com outras formulações é certo, trazer à colação o mesmo tipo de filosofia, procurando incutir no homem a ideia dele ser superior ao grupo e que à volta do umbigo dele giram todas as questões existenciais. Nessa perspectiva, vir falar de humildade às vezes é perigoso, inclusive no seio da Igreja. Contudo quer-me parecer que, quando nós os cristãos temos reacções epidérmicas em relação ao assunto, é porque ainda não entendemos o conceito de humildade. Paulo na epístola aos Filipenses, no Capítulo 2 exorta-nos a desenvolver a atitude de humildade, no sentido de primeiro, considerarmos os outros melhores do que nós (versos 3-4) e segundo, a não vivermos preocupados com a nossa posição pessoal (versos 5-6).
Ora, quando lemos e ouvimos pessoas cristãs a fazerem auto-elogios que chegam a raiar o pedantismo e o orgulho bacoco, chegamos a sentir pena e a verificar quão longe tais pessoas estão do ideal de todos nós – Jesus Cristo. Adjectivar as acções que praticámos no passado ou no presente de “as melhores” “as mais”, no convencimento de que o mundo girava ou gira à volta do nosso bairro ou da nossa pequenez, é não ter a mínima noção do quadro maior que deve ser a exaltação de Cristo! A pior coisa que nos pode acontecer quando desenvolvemos essa atitude renascentista de soberba é sermos motivo de chacota, sem nos darmos conta disso mesmo. Colocarmo-nos numa posição de superioridade sem sequer conhecermos as qualidades dos outros, ou pensarmos que algo que fazemos é extraordinário quando, afinal, ele é bem singelo, é típico de quem padece de um profundo complexo de… inferioridade!
Já o disse e escrevi várias vezes que eu adoro louvar o meu Deus através do canto e, sempre que posso, quer a solo quer em dueto com minha esposa, procuro usar o pouco que tenho ao serviço D´ELE. Apesar de ter recebido algumas aulas de canto em Portugal com um professor americano e um bom Cristão, Dale Chapell, ainda tenho imenso que aprender. Hoje existem técnicas vocais próprias para tudo! Se houvesse na minha Cidade alguma escola onde dessem aulas de voz, já me teria, há muito, inscrito. No entanto, fico sempre espantado com a facilidade com que muitos se auto-intitulam de «grandes cantores», de «os melhores», quando é notória a sua falta de domínio vocal e o uso excessivo que fazem da garganta em detrimento do diafragma. E nem sequer querem aprender, como forma de fazer melhor, para honrar AQUELE que é digno de todo o louvor! Acham que já sabem tudo, denotando falta de humildade!
Ser humilde é, pois, ter as atitudes que Jesus tomaria se Ele estivesse em nosso lugar. Ele que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. Ontem, no estudo bíblico em minha casa, pudemos compartilhar com os amigos e amigas que Jesus veio nos mostrar um jeito novo de viver, tendo como parâmetro a pessoa do outro. Cristo fez-se servo, o messias pobre que vem e se identifica com os últimos dos últimos. O ser de Jesus é um ser para os outros, pois se coloca a serviço do próximo para comunicar o amor de Deus. Ele utilizou-se do amor como base para a realização da sua missão. Seu amor era desprovido de quaisquer preconceitos, Ele não opunha, mas unia!
Para finalizar, deixo-vos um pensamento do grande pensador indiano, Rabindranath Tagore: "Quanto maiores somos em humildade, tanto mais próximos estamos da grandeza."!
João Gomes
O Renascimento foi um movimento que surgiu no séc. XIV, primeiramente em Itália e se alastrou, de seguida pela Europa, no século seguinte. Um dos ideais centrais desse movimento era o individualismo que exprimia a afirmação e a liberdade do indivíduo frente a um grupo, especialmente à sociedade e ao Estado. O individualismo em si opunha-se a toda forma de autoridade, ou controle sobre os indivíduos e colocava-se como antítese do colectivismo. Foi uma das épocas mais exarcerbadas do Humanismo, uma perspectiva filosófica e cultural centrada no homem sob o lema de Terêncio «sou homem, nada do que é humano, me é estranho».
Nos tempos que correm, movimentos vários procuram, com outras formulações é certo, trazer à colação o mesmo tipo de filosofia, procurando incutir no homem a ideia dele ser superior ao grupo e que à volta do umbigo dele giram todas as questões existenciais. Nessa perspectiva, vir falar de humildade às vezes é perigoso, inclusive no seio da Igreja. Contudo quer-me parecer que, quando nós os cristãos temos reacções epidérmicas em relação ao assunto, é porque ainda não entendemos o conceito de humildade. Paulo na epístola aos Filipenses, no Capítulo 2 exorta-nos a desenvolver a atitude de humildade, no sentido de primeiro, considerarmos os outros melhores do que nós (versos 3-4) e segundo, a não vivermos preocupados com a nossa posição pessoal (versos 5-6).
Ora, quando lemos e ouvimos pessoas cristãs a fazerem auto-elogios que chegam a raiar o pedantismo e o orgulho bacoco, chegamos a sentir pena e a verificar quão longe tais pessoas estão do ideal de todos nós – Jesus Cristo. Adjectivar as acções que praticámos no passado ou no presente de “as melhores” “as mais”, no convencimento de que o mundo girava ou gira à volta do nosso bairro ou da nossa pequenez, é não ter a mínima noção do quadro maior que deve ser a exaltação de Cristo! A pior coisa que nos pode acontecer quando desenvolvemos essa atitude renascentista de soberba é sermos motivo de chacota, sem nos darmos conta disso mesmo. Colocarmo-nos numa posição de superioridade sem sequer conhecermos as qualidades dos outros, ou pensarmos que algo que fazemos é extraordinário quando, afinal, ele é bem singelo, é típico de quem padece de um profundo complexo de… inferioridade!
Já o disse e escrevi várias vezes que eu adoro louvar o meu Deus através do canto e, sempre que posso, quer a solo quer em dueto com minha esposa, procuro usar o pouco que tenho ao serviço D´ELE. Apesar de ter recebido algumas aulas de canto em Portugal com um professor americano e um bom Cristão, Dale Chapell, ainda tenho imenso que aprender. Hoje existem técnicas vocais próprias para tudo! Se houvesse na minha Cidade alguma escola onde dessem aulas de voz, já me teria, há muito, inscrito. No entanto, fico sempre espantado com a facilidade com que muitos se auto-intitulam de «grandes cantores», de «os melhores», quando é notória a sua falta de domínio vocal e o uso excessivo que fazem da garganta em detrimento do diafragma. E nem sequer querem aprender, como forma de fazer melhor, para honrar AQUELE que é digno de todo o louvor! Acham que já sabem tudo, denotando falta de humildade!
Ser humilde é, pois, ter as atitudes que Jesus tomaria se Ele estivesse em nosso lugar. Ele que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus, mas esvaziou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens. Ontem, no estudo bíblico em minha casa, pudemos compartilhar com os amigos e amigas que Jesus veio nos mostrar um jeito novo de viver, tendo como parâmetro a pessoa do outro. Cristo fez-se servo, o messias pobre que vem e se identifica com os últimos dos últimos. O ser de Jesus é um ser para os outros, pois se coloca a serviço do próximo para comunicar o amor de Deus. Ele utilizou-se do amor como base para a realização da sua missão. Seu amor era desprovido de quaisquer preconceitos, Ele não opunha, mas unia!
Para finalizar, deixo-vos um pensamento do grande pensador indiano, Rabindranath Tagore: "Quanto maiores somos em humildade, tanto mais próximos estamos da grandeza."!
João Gomes
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