Monday, May 12, 2008

É PRECISO LER O ROSTO HUMANO--José João Neves B. Vicente

Os horrores praticados pelos nazistas e as constantes violências que assolam nosso mundo me obrigam, incessantemente, a pensar a humanidade do homem.
O filósofo francês, Emmanuel Lévinas, autor da obra L’humanisme de l’autre homme (1972), ancorado nas fraturas do século XX(aberrações nazistas), propõe a restauração de uma ética digna do homem: só existo como sujeito, em virtude de um outro que me protege e que eu devo proteger. Cada um é, enquanto responsável por outro. Por isso, para este pensador, a ética não é um soberano bem, nem um dado imediato da consciência, nem a lei imposta por Deus aos homens, nem a manifestação, em cada um dos homens, de sua autonomia: a ética é, em princípio, um acontecimento. É preciso que alguma coisa aconteça ao eu para que este cesse de ser uma “força em movimento” e acorde para o escrúpulo. Esse golpe teatral é o encontro do outro homem ou, mais precisamente, a revelação do rosto. Encontro e não conhecimento; revelação e não desvelamento. Há, naturalmente, muitas coisas a ler num rosto humano. Esse pedaço de pele é uma mina de informações, porque ele diz sempre muito mais que o seu titular está disposto a confessar. Com um pouco de treino, pode-se deduzir toda uma biografia pela observação do rosto. Mas o rosto também tem o estranho poder de desdizer suas próprias confissões e de minar os atributos que, nele, se oferecem ao saber do psicólogo, do sociólogo, do romancista ou de Sherlock Holmes (clique no titulo para ler mais...)

Filósofo, pesquisador, professor da Faculdade de Ciências e Educação de Rubiataba (FACER)- Rubiataba-Go, do Instituto de Filosofia e Teologia Santa Cruz (IFTSC) - Goiânia-Go e Editor da Revista Facer . josebvicente@bol.com.br

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