ILHA DO FOGO
Apresento-vos a Ilha do Fogo. Ela é a quarta em superfície (474km2) no conjunto das dez que formam o arquipélago. Tem 34000 habitantes aproximadamente e é dividida administrativamente por quatro freguesias (S. Lourenço, Nossa Senhora da Conceição, Santa Catarina e Nossa Senhora de Ajuda) e três concelhos (S.Filipe, Santa Catarina e Mosteiros). Ela é a mais bem coberta em rede de estradas e a mais bem servida em água tendo já, inclusive, zonas (Luzia Nunes) em que os chafarizes foram desactivados em virtude de todas as casas já terem água canalizada.
A Ilha do Fogo tem muitas marcas do colonialismo português, (talvez a Ilha mais marcada) positivas e negativas, tem uma oreografia variada, tem um mar (hora sereno, hora furioso) tem um vulcão de todos (Mário Lúcio disse que ele é um vulcãozinho) e tem o seu povo conhecido pelo seu orgulho, integridade e frontalidade. O foguense é de fácil relacionamento. No Fogo todos são bem tratados. Seja em serviço, em visitas ou de morada.
As pessoas das outras ilhas que vão transferidas para o Fogo, todas são bem recebidas e poucas regressam. A razão é que, as que não voltam, confessam terem sido conquistadas pela amizade e simpatia. A gente do Fogo sabe prender os outros e se dúvidas houvessem, Francisco Xavier (Beleza) tratou de as desvanecer quando escreveu: “Oh Djarfogo in ca negabo, hora di bá, bó é triste, Si é pam bá pam dixá Djarfogo, mancren bá in dixá mundo cu dor”.
Todos nós, que por uma razão ou outra, deixámos o Fogo, sentimos o que Beleza sentiu. “Hora de bá, bó é triste”. Ninguém quer sair do Fogo. Os que saem fazem-no a chorar.
Vejam o sr. Zuca. Foi para lá em 1961. Nunca mais deixou o Fogo. Assume a ilha como sendo sua e participa activamente no seu desenvolvimento. A propósito, sr Zuca fez anos hoje (81). Parabéns ao sr. Zuca.
E o sr Rendell? Um grande administrador e trabalhador. Sempre lutou pelo Fogo. Ainda há marcas do sr. Rendell apesar de já ter passado quase meio século.
E que dizer do sr. Agnelo, da D. Domenique, do sr. Vicente que vivem no Fogo e tantos outros, mais novos, que não querem sair do Fogo.
O rev. Gastão Correia, pastor em S.Filipe, chegou ao Fogo em 2000. Leva já sete anos e é tão bem tratado e acarinhado por todos que, por ele, tenho certeza, ficaria mais sete anos ou mais. A sua esposa, D Any, gosta tanto que até já está a falar a língua do Fogo como se lá tivesse nascido.
O pastor Luís Monteiro casou no Fogo, já tem terreno para construir a sua casa, sinal de que de lá não vai sair.
É por isso e muito mais que todos querem ir para o Fogo.
Sou testemunha de como as pessoas são bem tratadas principalmente pastores. Eu fui acarinhado, muito amado. Nunca esquecerei. Obrigado gente do Fogo.
As poucas pessoas que ainda estão desconfiadas podem estar descansadas. Lá no fogo, todos são bem tratados.
Felizmente em Cabo Verde, todas as ilhas tratam bem os pastores. Mas como Fogo, só o Fogo.
Quando os pastores, que estão no Fogo, lerem esta abordagem certamente baterão palmas concordando plenamente com as minhas afirmações.
É por isso que eu digo: “Nós di Fogo, nós é dimás”
Viva Fogo! E as pessoas devem responder: Viva
Por Jose Heleno
Nota: se alguém quiser acrescentar algo que eu não tenha dito, concordar, discordar (?), ou simplesmente comentar pode fazê-lo pelo e-mail:
joseheleno67@gmail.com ou telefone 2617404&9828966comentário
Salvê, amigo
Achei muito interessante o artigo sobre a ilha do Fogo. Concordo contigo quando dizes que é uma ilha que cativa (e muito) as pessoas. Gostei também do facto de diversificares os assuntos no teu blog.
Um abraço,
Afonso Santos
Praia - C.Verde
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