Friday, March 28, 2008

Merengue na 1ª pessoa

Cesino Mendes, 44 anos, mais conhecido por “Merengue”, está de boa saúde. Quem não o conhece na Praia? Orgulha-se de morar no Plateau, em Ponta Belém, apesar de ter sido trapaceiro durante quase toda sua vida.
Ele é pai de quatro filhos. Diz que graças a Deus nenhum dos seus filhos herdou o seu carácter. “São bons rapazes, nunca foram à Polícia nem para servir de testemunho. Ás vezes, algumas pessoas os ofendem, dizendo que são filhos do maior pirata que a Praia já conheceu. Mas Jesus disse: perdoai-lhes porque não sabem o que fazem”. Palavras de Merengue.
Ele nos reconheceu desde o tempo do ICLD.
Merengue reconhece que enganou muita gente principalmente no mercado da Praia.
Hoje, falando na primeira pessoa, diz: “Hoje, até os policias me respeitam. Desde que deixei de roubar passei a ter paz. Não virei um santo, mas também não sou o pirata do passado. Agora sou um homem honesto embora, de vez em quando, tenho uma recaídinha. Agora quero ter sossego, mas as pessoas da Praia não deixam de me apoquentar. Todas as pessoas da Praia sabem que agora estou reformado. No passado, quando roubava, nunca agredi ninguém como fazem esses bandidos que estão a dar caçubodi. Sempre respeitava as pessoas que eu roubava, chegava até a sentir pena das vendedeiras do mercado quando eu carregava o tabuleiro delas, inteiro. Roubar é como uma droga. Você quer deixar, mas não consegue. É um vício como fumar, beber ou qualquer outro vício. Mas os bandidos de hoje são diferentes, não têm vergonha na cara. Às vezes, dou conselhos para alguns deles e eles me chamam de Burro porque roubei a vida inteira e, mesmo assim, fiquei pobre. Hoje, os polícias estão muito mansos. No meu tempo não era assim. Eu pagava por todos os roubos que aconteciam no mercado. Perdi a conta de quantas palmatórias levei. Hoje estou arrependido”.
Terminamos a conversa.
Para terminar, só mais uma linha:
“Deixem o Merengue em paz”

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Respondendo aos insistentes pedidos de antigos leitores do Epistolaonline, eis que anuncio o seu regresso. Na estrada, para a gloria de Deus.