Resistência à mudança é algo absolutamente normal e esperado em TODOS os seres humanos. Esta resistência se manifesta de diversas maneiras, que vai desde a ansiedade, o descontentamento frente às novas situações, até mesmo à sabotagem das mesmas. O importante é aprendermos a lidar melhor com nossas resistências. Uma coisa que ajuda é entender porque resistimos. Existem 03 motivos principais pelos quais os seres humanos resistem às mudanças:
1. Economia de energia: somos uma “máquina” programada para sobreviver. Sobreviver significa, entre outras coisas, não desperdiçar energia. Nosso organismo, para economizar energia, busca fazer sempre as mesmas coisas, pois assim “automatizamos”. Por exemplo: quando estamos aprendendo uma coisa nova, como dirigir um carro, precisamos gastar muita energia, pois é necessário muito treino, muita atenção, pensar em tudo o que é preciso fazer... Depois que já dirigimos inúmeras vezes, esta ação passa a ser automática: dirigimos sem ter que pensar em como mudar uma marcha etc. Neste momento, estamos economizando energia. Assim, o organismo tende a não mudar, pois mudar é o mesmo que aprender coisas novas: gastar mais energia...
Saída: lembrar que o gasto de energia inicial logo cessará, pois logo aquilo que é novo já estará “automático” no nosso comportamento. Pensar que o esforço inicial trará benefícios!
2. Medo do novo: parece que todos os animais têm um “instinto” de se evitar o novo, pois, por este ser desconhecido, poderá ser ameaçador. O problema é que, dentro das organizações, ficar apenas no conhecido é que é, de fato, ameaça! Já que o mercado exige constantes mudanças das empresas e, por conseguinte, das pessoas.
Saída: buscar transformar o “desconhecido” em “conhecido”. Como: buscar descobrir o que irá acontecer; planejar a mudança, de forma a “antever” como esta será. Há um cuidado fundamental neste aspecto: buscar saber o que irá acontecer não é o mesmo que escutar boatos. Durante processos de mudança nas empresas, é muito comum os envolvidos, por estarem ansiosos com o desconhecido, começarem a “prever” o que irá acontecer. Assim, se levanta “palpites” que, daí a pouco, se transformam em “realidades” para quem escuta. As conversas informais “de corredor” são capazes de inventar “monstros” sobre a mudança que desafiam qualquer lógica, mas que são adotados por aqueles que não suportam o desconhecido.
3. Sentimento de perda: não há mudança que não nos force a abrir mão de algumas coisas: para eu ser promovido à gerente, terei que deixar de fazer atividades operacionais que me davam prazer... para eu comprar um carro novo, terei que me desfazer do antigo, no qual passei por momentos importantes e felizes... O ser humano não gosta de perder nada, ainda que esta perda lhe traga coisas melhores. Muitas vezes, quando precisamos mudar uma sistemática de trabalho, ou uma cultura da empresa, existe um sentimento (ainda que inconsciente) de que tudo o que eu construí ate aquele momento está sendo “jogado fora”.
Saída: fica mais fácil lidar com este sentimento quando conseguimos pensar em tudo aquilo que iremos perder com a mudança e, a partir daí, pensar nos GANHOS que a mudança trará. Para suportarmos esta fase, é importante estar o tempo todo mentalizando os ganhos.