(Aos meus colegas pastores)
Curvar-me?
Podem tirar-me a água salutar,
Negar-me o pão da existência,
Esconder-me o indispensável à vida,
- mas não me curvarei!
Curvar-me?
Podem abrir transbordantes diques
Para que a cheia do ódio me afogue,
Podem as mãos das decepções estrangular-me,
Podem as brasas da calúnia queimar-me,
- mas não me curvarei!
Curvar-me?
Dai-me golpes
Com mil punhais da crítica,
Esfaqueai-me com cortes de ingratidão,
Arrancai-me a pele,
Amachucai-me a vida,
- mas não me curvarei!
Curvar-me?
Com a boca maldosa
Triturai-me os dedos que folheiam a Bíblia,
Com a espada da inveja
Decepai-me o braço
Que sustém a dolorosa cruz,
No patíbulo da injustiça
Cortai-me a cabeça
- mas não me curvarei!
Curvar-me?
Ainda que me arranquem a língua,
Ainda que me furem os olhos,
Ainda que me tapem os olhos,
- eu não me curvarei!
Curvar-me?
Deixem de tolices!
Se o corpo cai, morto,
Porque é de barro,
A alma no mundo das Torturas
manter-se-á firme, sustida por Jesus,
Até à Consumação dos Séculos.
- Gilberto Évora
“In Epistola, Vol 4, Nº 12, Dez/1960”
Saturday, August 23, 2008
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
A Figueira está de volta
Respondendo aos insistentes pedidos de antigos leitores do Epistolaonline, eis que anuncio o seu regresso. Na estrada, para a gloria de Deus...
-
O dia 14 de fevereiro de 1971 foi marcante na vida de Aguiar e Lúcia Valvassoura: pela primeira vez, pegaram no colo o pequeno Claudio Lys...
-
Igreja do Nazareno do Mindelo Relatório Anual 2010/2011 O ano Eclesiástico findo fo...
-
Todos devemos ler e meditar no que esta filha, em momento muito difícil, escreve do pai. Aqui está: "E agora eu fico aqui, com o co...
No comments:
Post a Comment