Friday, January 11, 2008

Coluna do Dr. João Gomes

Que 2008?
Passando revista pelas notícias do ocaso de 2007, ninguém tem motivos para se sentir eufórico. Na verdade, factos como o assassinato da antiga Primeira-Ministra do Paquistão, o aumento brutal do preço do barril de petróleo nos principais mercados internacionais, cenas de rapto e de violência um pouco por todo o mundo, a insegurança que grassa em Cabo Verde, com particular incidência para a minha querida Cidade da Praia, são de molde a derrubar qualquer optimismo na alvorada de mais um novo ano.
Apesar de tudo isso, muitos de nós formulámos votos de projectos que gostaríamos de ver concretizados neste ano de 2008, uns legítimos mas outros, totalmente caprichosos, frutos de materialismos exacerbados. E nós, os cristãos, que esperamos desse Novo Ano? Iremos continuar a manter um completo foco sobre a nossa pessoa, ou ao invés, procuraremos, não numa mera promessa feita na fogueira do último culto das igrejas locais, mas na sincera expressão de um desejo, olhar para AQUELE que é Autor e Consumador da Nossa Fé?
Paulo dá-nos uma fórmula para fazer de 2008 um grande ano. Em Filipenses 3:12 lemos: «Não que já a tenha alcançado, ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus» e no verso 15 «Por isso todos quantos já somos perfeitos, sintamos isto mesmo; e, se sentis alguma coisa de outra maneira, também Deus vo-lo revelará».
Em primeiro lugar, Paulo nos exorta a reconhecer o nosso quadro «Não que já a tenha alcançado», ou seja nós ainda não atingimos o estado de perfeição; existem vários aspectos na nossa vida que precisam de melhorias. Assim, excluamos, por exemplo, da nossa actuação em 2008, todos aqueles laivos de arrogância e de fundamentalismo que bastas vezes são os piores empecilhos para o crescimento da Obra. Em segundo lugar, e como todas as empresas comerciais fazem no desfecho de cada ano económico, façamos também um balanço espiritual do que foi 2007: (a) Andei junto com Deus?; (b) Procurei fazer a diferença, nos mais variados domínios da sociedade onde estive inserido? (c) Estive alicerçado nas profundezas da Palavra de Deus?; (d) Mais do um excelente membro da minha igreja, fui um bom cristão na minha relação com os outros, fora da igreja? (e) Tive uma grande paixão pelas almas perdidas, mesmo quando por elas fui excluído? Não vale a pena todos os anos repetirmos os mesmos votos, sem analisar o que deles fizemos nos anos que vão passando!
Outrossim, e à laia de um terceiro lugar, libertemo-nos do que para trás fica. Se falhas aconteceram em 2007, tenhamos consciência, como alguém disse, que «o passado é um guia para te orientar não uma âncora para te arrastar». Devemos aprender com os nossos erros, mas jamais vivermos em função deles. Na verdade, e não obstante a Graça infindável de Deus, nunca passaremos de obras em permanente upgrade. Amanhã, podemos até corrigir um erro de ontem, mas é quase infalível, dias depois, e enquanto não atingirmos a Estatura perfeita de Cristo, voltarmos a errar. Eu sei que é mais fácil falar (escrever) do que praticar, mas é fundamental neste novo ano, esquecermos das coisas que para trás ficam. Em quarto lugar devemos sempre lembrar, como alguém escreveu, de forma magistral, que quando, em contrição, nos abeiramos de Deus, Ele coloca uma vírgula no nosso ponto final. Muitas vezes, a vida parece não ter mais sentido, pois tudo o que sonhámos parece desmoronar diante dos nossos olhos. E temos a tendência humana de pensar que chegou o fim, mas é aí que Deus põe uma vírgula no nosso ponto final! Onde pensamos que é o ponto final, a vírgula que é colocada faz continuar a história das nossas vidas, e no fim das contas, afinal, tínhamos uma história maravilhosa para ser contada. E vivida!
Um bom Ano de 2008 para todos nós. Que Deus nos abençoe!

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Respondendo aos insistentes pedidos de antigos leitores do Epistolaonline, eis que anuncio o seu regresso. Na estrada, para a gloria de Deus.