Wednesday, January 23, 2008

Ilustração



Conta-se de dois irmãos muito chegados que herdaram do pai um campo de cultura. Um deles era casado e tinha muitos filhos. O outro, solteiro, vivia só.
Na altura da colheita, os dois irmãos recolhiam o grão. Cada um depositava no seu celeiro o fruto da faina diária. Mas o irmão solteiro, chegada a calada da noite, pensava consigo: “Meu irmão é pai de muitos filhos e tem pesados encargos. Não está certo que eu, solteiro, guarde metade da colheita”. Assim, levantava-se de mansinho e vazava no celeiro do irmão grande parte da sua própria colheita.
Por sua vez, diz-se que o irmão casado e pai de muitos, chegada a noite, punha-se a pensar assim: “Não está certo que eu fique com metade de todas as colheitas. Tenho mulher e filhos que cuidarão de mim se alguma coisa me acontecer ou quando for velho. Mas meu irmão não tem quem o ajude ou cuide dele na velhice. Assim, o irmão casado ia também de mansinho, noite após noite, depositar no celeiro do irmão o fruto da colheita do dia.
Ao amanhecer, ambos os irmãos se admiravam por ver que os respectivos celeiros estavam no mesmo nível, embora tivessem retirado deles apreciável quantidade de grão. As coisas foram assim por muitos dias. Certa noite, porém, os dois irmãos se encontraram quando iam, carregados, depositar a colheita do dia no celeiro do outro. Abraçaram-se em lágrimas.
Logo que o guia espiritual da comunidade soube do ocorrido, disse: “No lugar em que os dois irmãos se encontraram, edificaremos o templo de Deus; é onde existe amor que se deve fundar a igreja”.

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