Monday, January 14, 2008

Honra, a quem honra!!!!

Dedicado ao Rev Jorge Rocha

Várias vezes têm-me perguntado como aprendi a tocar piano-orgão-acordeão. Devo confessar que na maior parte das vezes embarco-me contando a história da minha aventura musical, sempre atribuindo crédito a mim mesmo. A minha insistência em aprender a tocar resultou muitas vezes na produção de um som desagradável. Ainda lembro-me de ter ficado escondido num quartinho na Igreja do Nazareno em Assomada, ao tomar emprestado o acordeão abandonado da Igreja dos Picos, para tentar dar algum sentido àquelas teclas brancas e negras. Lembro-me também dos amigos, que sem verbalizar o desgosto, “comiam-me” com aquele olhar de reprovação. Mas lá fui-me encantando com as notas, e descobrindo os acordes escondidos naquele velho instrumento. O facto é que aprendi a tocar, graças a várias influências, como meu pastor Rev David Araújo, Rev. José Gonçalves, João Rodrigues, Jónatas Sança, Feliz Monteiro, Nettie Strout, Orlando Baptista, Josué Duarte e principalmente graças ao meu amigo de peito Manuel do Anjos - Né, como todos o conhecem. Mais tarde, no seminário, passei pelas mãos da D. Glória Henck, e convivi novamente com João Rodrigues, mestre naquele maravilhoso órgão da Igreja do Mindelo. Continuo crescendo e melhorando, ainda debaixo de outras influências e estilos. Mas, para ser sincero comigo mesmo, e com aqueles que insistem em fazer-me a mesma pergunta, se tiver que responsabilizar alguém, pelo pouco de musica que penso saber, um nome é titular de tal milagre: Rev Jorge Rocha. Ele teve a iniciativa de começar uma classe de música, tempos antes de sair de Cabo Verde. Durante uma semana, cerca de uma dúzia de jovens embarcaram-se no sonho de se tornarem músicos e ajudarem no louvor a Deus. No fim daquela “dolorosa” semana, dois alunos concluíram o curso: Né e eu. Na verdade o muito que aprendemos foi a identificar o acorde DÓ Maior, que viria a servir de trampolim para melhorarmos. O Rev Jorge Rocha continua a escrever e a compôr músicas em crioulo. Creio que a mais célebre é “Forti Sabi y suavi”. Tomo este tempo e espaço, para, com gratidão, dizer: Obrigado Rev Jorge Rocha. Possa o Senhor permitir-lhe produzir mais músicas, e acima de tudo, mais Músicos!!!
Rev. Carlos Tavares

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