Friday, September 19, 2008

A nossa cidade de cada dia


A nossa cidade capital, cidade da Praia, linda e amada por todos nós, com estradas modernas e alcatroadas, com grande pujança económica, nas suas avenidas, para além de muitos carros, bicicletas e pessoas fazendo o seu footing, regista vacas. Vacas no aeroporto, vacas em Palmarejo, vacas no Sucupira, vacas na avenida combatentes da liberdade da Pátria, vacas e vacas.
E parece que todo o mundo gosta. Até os taxistas que não têm muita paciência com os peões, em relação às vacas, diminuem a marcha, param, fazem marcha ré, tudo para facilitar o movimento desses animais que, caso fosse na Índia, todos entenderíamos mas, cá, é doméstico e estimado, sagrado é que não. Com a importação de tudo e sacralização de tanta coisa é possivel que se tenha institucionalizado qualquer coisa em relação à vaca e não demos conta. Só assim se justifica tanta reverência, até de polícia que, no cumprimento do seu dever, se necessário for, manda parar viaturas. As vacas, essas não param e não têm ninguém para as fazer parar.
Antes da queda das chuvas, pensava-se que essa passeata animal fosse para matar a fome comendo as poucas plantas nos canteiros das avenidas, mas não. Não tem nada a ver com fome. Agora as encostas estão verdes e cheio de palha. Querem estar na estrada e na rua. Mesmo sendo irracionais, já terão percebido que todos nós gostamos, além do leite e da carne, também apreciamos a presença delas. Alguém sugeriu que, a continuar assim, ao menos também tivessem seguro automovel, já que estão a ocupar a via pública e tranzitar pelas avenidas.
Que ninguém venha pensar que não gostamos de vacas. Gostamos sim, mas no curral.
Antes de terminar, uma pergunta não poderíamos deixar de fazer: o que aconteceria, eventualmente, Deus não permita, se um taxista desatento atropelar uma dessas vacas sagradas? Ficando a viatura com estragos, o seguro automovel cobrirá as despesas. Havendo a vaca ficado ferida, pedirá o dono alguma indemnização?
Pede-se resposta.






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Respondendo aos insistentes pedidos de antigos leitores do Epistolaonline, eis que anuncio o seu regresso. Na estrada, para a gloria de Deus.