QUANDO DEUS CHAMA SE DEVE OBEDECÊ-LO
A voz de Deus é sensível. Quando Ele chama, a sua voz deve ser Obedecida. Pela primeira vez é difícil aperceber-se de que é Ele quem está a chamar.
Quando eu andava para os meus quinze anos de idade, recém-convertido, ouvi a voz de Deus a chamar-me para o seu Ministério. Falei isso com alguns dos meus amigos, mas eu não podia entender como Deus havia de chamar uma pessoa que não preenchia nenhum dos requisitos exigidos para entrar e estudar num Seminário Nazareno: menor de idade, com apenas quarta classe, quando só se aceitavam pessoas com o ex-5º Ano (actual 9º Ano). Isso ficou a matutar na minha cabeça. Não tive coragem de o falar ao Pastor, pensando que ia tomá-la a brincar.
De 1979 a 1997 em que fui crente fiel a Deus e assíduo a igreja, depois de baptizado, registado como membro da igreja e aí casado, desempenhei várias funções na igreja local, tais como: Membro da junta, Presidente da Juventude, Professor e Vice – Presidente da Escola Dominical, Presidente da Sociedade Nazarena de Missão Mundial e Tesoureiro. Sempre fui um companheiro assíduo dos vários pastores que passaram pela igreja do Porto Novo, no trabalho de evangelização de casa-em-casa.
Alguns anos mais tarde, quando completei o 9º Ano de escolaridade, a chamada para o ministério chegou de novo, nessa altura manifestei-a à igreja. Acabei por matricular-me num curso de pastorado por extensão, porque tendo uma família constituída (esposa e dois filhos) não era possível deslocar-me à ilha de São Vicente para ali estudar no Seminário Nazareno.
Ao matricular-me nesse curso, abriu-me uma outra porta para continuar os estudos secundários. Assim tive de adiar os estudos pastorais.
Ao terminar esses estudos, concorri para estudar no Instituto Superior de Educação na Praia e fui seleccionado. Estudei e fiz uma licenciatura em Geografia.
O tempo foi-se passando, não tive tempo para estudar no Seminário, até perder a vontade de o fazer.
Sem querer culpar ninguém, pergunto: quantas pessoas podem ter passado por essa situação: querer estudar no Seminário para servir a Deus num campo e não poder fazê-lo por não ter determinado nível académico, quando se sabe que para o trabalho divino o nível académico não deverá ser o maior requisito, mas sim viver a santidade…?
Conclusão: quando tive chamada para o trabalho divino, não tinha nível académico. Hoje tenho nível académico, não tenho chamada, nem vontade, oxalá nem tempo para estudar e servir a Deus num campo. Por isso, quando Deus chama se deve obedecê-lo, independentemente do nível académico que o chamado possui.
Algumas perguntas para reflexão da direcção nacional da Igreja do Nazareno:
- Será que um membro de igreja, fiel a Deus, com conhecimentos bíblicos e doutrinais, que dá lições nos vários departamentos da sua igreja, experimentado na evangelização de casa - em – casa, não poderá entrar para estudar num seminário nazareno, desde que saiba ler e escrever?
- Quantos potenciais obreiros a igreja poderá ter perdido, por causa de se aceitar apenas candidatos com 9º ano de escolaridade?
- Será que Deus não exige responsabilidade de quem faz restrição de candidatos ao Pastorado, por causa de baixo nível académico?
- Apesar da maior responsabilidade ser da pessoa em si, mas se ela vier a perder a sua alma, por qualquer motivo, Deus não exige responsabilidade de quem desperdiçou o trabalho que vinha fazendo ou que poderia fazer?
Para essas questões, convido aos queridos leitores a meditarem nos seguintes itens:
- Que requisitos os candidatos ao Seminário Nazareno devem preencher?
- O que é mais importante para seleccionar um candidato: nível académico ou santidade, conhecimentos bíblicos/doutrinários, vontade e disponibilidade?
- Quem há-de responder perante Deus da perda de um potencial obreiro, por causa do seu baixo nível académico?
- O que será mais importante para o Seminário Nazareno, apresentar baixa Estatística de formados com alto nível académico ou alta Estatística de formados com diferentes níveis académicos?
Bem-haja a nossa igreja. Que se prepare para enfrentar os novos desafios que a nossa sociedade está a requerer.
Essas reflexões continuarão nos próximos artigos
Por: Manuel Mota
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