Tuesday, October 23, 2007

A tristeza tomou conta de mim

Hoje estou profundamente triste. Alcindo, um senhor dos seus 56 anos, vizinho dos meus pais e da casa onde nasci e cresci, meu grande amigo, suicidou-se hoje, na ilha do Fogo. Já lá vão mais de 30 anos que suicidara alguém perto da nossa casa. Hoje o pesadelo voltou a assombrar o melhor e mais sossegado cantinho do mundo.
Alcindo sempre se preocupou comigo, cada vez que eu visitava os meus pais, ele chegava para me abraçar e trazer-me algum presente. Aquando daquele brutal acidente que sofri, Alcindo chorou a minha dor. Sempre que transitava de classe, ganhava um presente dele. Apesar da nossa diferença de idade, sempre conversámos como se fossemos dois colegas. Ele é uma das minhas referências de criança. Tenho por ele a maior admiração e respeito.
Este meu grande amigo decidiu pôr termo a sua própria vida, dentro da sua própria casa, numa simples cortina num lapso de tempo.
Há dois anos fiquei órfão de pai, hoje fiquei órfão de um grande amigo. Depois de dois anos voltei a chorar profundamente. Como é triste perder um amigo.
Não há palavras.
Meu amigo Alcindo: Descanso à tua alma.

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A Figueira está de volta

Respondendo aos insistentes pedidos de antigos leitores do Epistolaonline, eis que anuncio o seu regresso. Na estrada, para a gloria de Deus.