Wednesday, October 17, 2007

O ultimo relatório do superintendente distrital

Trecho do último relatório do I Superintendente cabo-verdiano do distrito

As minhas primeiras palavras são para render graças ao Senhor pela sua maravilhosa intervenção na minha vida, não somente por me salvar da perdição eterna, como também concedendo-me o grande privilégio de gastar quase 38 anos da minha existência no ministério activo da pregação da palavra. Neste lapso de tempo Deus concedeu-me a graça de assistir muitas almas a transitarem das trevas para a maravilhosa luz da salvação, no meio das quais figura a minha própria mãe.
Prezados irmãos: ao elaborar este ultimo relatório do nosso ministério como superintendente, com o coração ardendo de amor por Aquele que nos amou, nos salvou e nos chamou para esta santa causa, a qual já demos 37 anos e meio da nossa vida e se mais pudéssemos dar gostosamente o faríamos, no nosso coração se ergue uma prece de gratidão por nos ter dado o privilegio de trabalhar convosco e com os missionários que a nossa sede internacional tem mandado para Cabo Verde. A idade, porem, nos manda ceder o lugar a outro com mais vigor para continuar a obra até à vinda do Senhor Jesus.
Levamos a consolação de que não estamos a deixar o nosso lugar vazio.
Ao nosso substituto compete alargar a jurisdição da obra, abrindo mais igrejas.
O Seminário forneceu-nos este ano mais dois casais. Pena é que não fossem 15 em vês de dois, pois Santo Antão clama por mais dois, pelo menos, os quais se encarregariam da evangelização do Paul e da Garça e lugares circunvizinhas. È absolutamente necessário fixar a residência do pastor de Fajã na localidade e colocar um casal na Ribeira Brava. A aldeia do Tarrafal de São Nicolau tem necessidade de um obreiro. Calheta São Miguel, Pedra Badejo, São Domingos, Cidade Velha, na ilha de Santiago, carecem de melhores cuidados. Cova Figueira, São Jorge, Patim, na ilha do Fogo precisam de pastores residentes para tomarem conta das redondezas. Cova de Joana na ilha Brava também tem necessidade de um obreiro.
Não pomos de lado a necessidade de mais um pastor para São Vicente, pois, a cidade é grande e tem muita gente. Mais uma igreja podia nascer no Mindelo.
Podemos apontar alguns factos ocorridos no período da nossa actuação como superintendente, tais como: o reconhecimento oficial da nossa igreja e a consequente aprovação e publicação na folha oficial dos nossos estatutos; a isenção da contribuição predial que incidia sobre os nossos prédios; a isenção dos direitos aduaneiros que vimos fruindo sobre artigos de fora que chagam, destinados à igreja ou aos pastores quando estes mesmos artigos se destinam aos serviços da igreja e à assistência aos pobres. É importante ficar esclarecido que é necessário um requerimento para cada caso.
Neste quase quinquénio do nosso ministério, pois, que este é quinto relatório que apresentamos. Deus nos deu o privilégio de inaugurar a sumptuosa igreja de Fajã em São Nicolau e a capela do Marrador em santo Antão. Também recebemos por doação a capela de Fazenda na Praia, feita pelos irmãos Lourenço Lima e esposa, um primeiro andar e onze tratos de terreno na Brava, doados pela irmã D. Adelina Domingues e seu filho Frank e legalizamos a capela de Ponta Chicharro comprada pela igreja da Praia e mais 600m quadrados de terreno em Achada Grande onde os homens da igreja da Praia se reúnem todos os sábados para oração e que mereceu por isso o nome de “Miradouro da Fé”. Esse terreno foi doado pelo senhor António Medeiros Gomes Barbosa Martins.
Hoje há 14 templos e 25 capelas espalhados pelas ilhas, sendo sete das ditas capelas nos arredores desta cidade.
Por outro lado o governo distinguiu o superintendente da igreja do nazareno concedendo-lhe a categoria de passageiro VIP nos aviões da TACV.
Desejamos render graças ao senhor pelo trabalho executado durante este ano.
Pastores e pastoras, temos visto a obra que estais a fazer. Se merecem elogios da parte dos homens, certamente terão o alegre sorriso de Deus.
A todos, pois, nossa grande e profunda saudade.

Respeitosamente,
Francisco Xavier Ferreira
“In Jornal da 26ª assembleia/Praia/1979”

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